Inúmeros dilemas se apresentam durante a vida humana. Por vezes, podemos nos questionar se realmente vale a pena seguir o que é certo, mantendo a fidelidade à própria Alma. Outras vezes, nos sentimos tão desorientados em meio a um bombardeio de informações e influências, que nos afastamos de nós mesmos e perdemos de vista aquele que seria o nosso caminho. A tendência que parece preponderar na atualidade, nos convocando a permanecer na superfície das coisas — longe do sentido real de nossas vidas — é capaz de nos fazer cair quando permitimos que encontre eco dentro de nós. E o que o Apocalipse nos diz quando falhamos assim? Jesus adverte severamente em Sua missiva aos cristãos em Tiatira, constante do Livro das Profecias Finais, capítulo 2, versículos de 18 a 29, que muitos entre eles estavam permitindo que influências perniciosas conduzissem seus atos. Seria possível reparar nossos erros diante das Leis de Deus?
A Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, traz o importante estudo acerca desse conteúdo atemporal em novo volume da coleção Jesus e as Sete Igrejas da Ásia. No quarto tomo, focado na Carta dirigida a Tiatira, o leitor encontrará esclarecimentos valiosos sobre os símbolos apresentados pelo Divino Mestre em suas palavras endereçadas àquela comunidade: por que Jesus se apresenta a ela como Aquele que tem “olhos como chama de fogo” e “pés semelhantes ao bronze polido”? E o que representa a figura de Jezabel?

Paiva Netto, um dos maiores estudiosos do Apocalipse na atualidade, guia a análise cuidadosa da mensagem, versículo a versículo, com clareza singular, e exalta a convocação que o Cristo faz à penitência — isto é, ao arrependimento e à correção imediata das nossas ações: “A questão maior é como reagimos diante de equívocos cometidos. Ao estudar o Apocalipse, vemos oque ocorre com Jezabel, por exemplo. Muito diferentedos vários ‘pecadores’ que seguiam a Jesus, e quedepois se tornaram verdadeiros santos, ela jamais quismudar sua postura (…)”.
Entre os tópicos centrais, destacam-se os desvios do poder humano e a queda moral, que conduz a graves faltas diante das Leis Divinas. Arrependimento e misericórdia, além da necessária atenção aos caminhos traçados pela humanidade — individual e coletivamente —, são questões da missiva do Cristo à Igreja de Tiatira que continuam profundamente atuais.
A figura de Jezabel e o poder humano no Apocalipse
Nos volumes anteriores, aprendemos com Paiva Netto o significado amplo e dinâmico dos símbolos que são apresentados no Livro das Profecias Finais. Vimos essa característica da linguagem profética na própria simbologia das Igrejas, que representam atualmente, entre outros aspectos, toda a humanidade.
Uma das figuras da Carta de Jesus à Igreja em Tiatira, no entanto, evoca uma personagem presente no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada: Jezabel. O que ela representaria no Apocalipse? Paiva Netto, ao discorrer sobre o assunto, traz necessária contextualização histórica, como feita no estudo das demais igrejas, mas destaca ser “essencial compreender de antemão que se trata de uma simbologia”. Reforça que contextos sociais, culturais e políticos de um tempo não podem restringir o significado de um símbolo, por isso, faz questão de esmiuçar em profundidade todos os possíveis aspectos. Afirma o autor: “Jezabel representa o que há de fanático, ganancioso, pernicioso no ser humano e que precisa ser corrigido pelo poder da Boa Vontade de um Deus, que é Amor”.
É esse Amor Divino que se manifesta logo na apresentação de Jesus aos cristãos de Tiatira. O Divino Mestre é Aquele que “tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao bronze polido” (Apocalipse, 2:18). Explica Paiva Netto: “O Libertador Divino a tudo percebe, enxerga muito além das imperfeições e hipocrisias, mas não se vale disso para a nossa destruição. Pelo contrário: as chamas dos Seus olhos são para nos mostrar o que precisa ser melhorado, a fim de nos purificar pela prática das Boas Obras nascidas da consciência plena de quem somos e do que precisamos realizar para a nossa redenção espiritual”. Assim como nas cartas anteriores, Jesus faz questão de exaltar o que há de bom na comunidade de Tiatira, mas não deixa de alertar sobre as más condutas que estavam sendo alimentadas em seu meio. A influência nociva e o poder deturpado entre os seres humanos são energicamente apontados por Jesus em Sua advertência, de modo que os que permanecem em enganos e desvios morais se arrependam a tempo de suas más obras.
Paiva Netto, sempre preocupado em relacionar as lições de Jesus à vida cotidiana, especialmente no que diz respeito aos ensinamentos do Apocalipse, traz também um destaque importante: segundo ele, o alerta de Jesus se direciona não apenas àqueles que têm poder sobre nações ou grandes agrupamentos, como a princípio se poderia pensar: “(…) Tais lições sobre o bom ou mau emprego do poder humano valem para todos nós. Não pensem que são apenas para os que possuem os mais altos cargos públicos ou estejam na administração de grandes instituições. O pai e a mãe, por exemplo, exercem poder (autoridade e influência) sobre os filhos. E isso se expande para diversas outras relações: o escritor com seu leitor; o comunicador com a audiência; o artista com o público; o professor com seu aluno; o mentor com o aprendiz; o religioso com os adeptos; o cantor com a plateia; o tutor com o animal de estimação e assim por diante”. Daí a grande relevância do estudo da Carta de Jesus à Igreja de Tiatira, na qual se evidencia o cuidado no exercício do poder que temos em nossas mãos, de forma que não sejamos seduzidos pela vaidade, orgulho, ganância ou fanatismo — fragilidades morais que fazem parte da humanidade, mas que devem ser decisivamente superadas por todos nós.
Encontre em Jesus e as Sete Igrejas da Ásia — Tiatira fundamentais reflexões sobre a mensagem do Divino Mestre à humanidade. São lições ecumênicas que, nascidas do caráter eterno das palavras do Cristo, se revestem de inestimável valor em diversos momentos da vida.
Sobre o autor
A Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, fundada por José de Paiva Netto, Presidente-Pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em 1º de fevereiro de 2007, é composta pelo Instituto de Estudo, Pesquisa e Vivência do Novo Mandamento de Jesus e pelo Instituto de Estudo e Pesquisa da Ciência da Alma. A respeito de sua finalidade, assim define o seu idealizador: “Por meio da produção de conhecimento universal, isto é, divino e terreno, tem por objetivo dessectarizar a maneira como alguns veem o Cristo de Deus e o Cristianismo, ou seja, mostrar a influência e a aplicabilidade das lições ecumênicas e eternas do Acadêmico Celeste em todos os campos do saber espiritual-humano, apresentando-O de forma irrefragável à Humanidade — o que não se limita às fronteiras físicas”.
